por Marcelo Mendonça
Entre os vários artistas já
estabelecidos mundialmente que ainda não haviam lançado material inédito nesta
década estava o Slipknot. O último trabalho da banda que é um dos ícones de sua
geração datava de 2008. Dois anos depois, a grande tragédia: a morte do
baixista Paul Gray, que causou grande abalo nos demais integrantes, sendo um
dos motivos da longa pausa, e, no retorno, contendo a devida homenagem no
título do álbum e no tema de várias músicas.
Antes, porém, de iniciarem as
gravações, outra surpresa, o anúncio da misteriosa demissão do badalado
baterista Joy Jordison. Tudo isso gerou uma miríade de incertezas sobre a
sonoridade e a qualidade que seriam apresentadas. Membros da banda anunciaram
que este disco lembraria muito o Iowa, o mais pesado e barulhento até então.
A faixa de abertura intitulada
XIX, trata-se de uma introdução de grande estilo, calma e sombria, referências
claras à Gray, e com o belo vocal de Corey Taylor (que permanece a mostrar que
sua voz está em ótima forma pelo resto do disco). A calmaria se junta ao início
de Sarcastrophe, de início silencioso, mas após o primeiro minuto volta a fazer
parte do estilo que consagrou a o Slipknot. A partir daí, vem uma ótima
sequência.
AOV mantem o peso alternando
entre vocal grutural e melódico de Taylor. The Devil in I, o segundo single,
muito ao estilo de do Stone Sour, pode indicar um novo caminho pelo qual a
banda pode estar optando. Seguida das boas Killpop e Skeptic, mais uma vez com
claras homenagens ao falecido baixista, assim como a bela (isso mesmo, bela!) e
forte Goodbye. The One That Kills the Least soa bem diferente da forma tradicional
da banda, sem fugir do bom nível das demais.
Já no final encontram-se Custer e
The Negative One, duas das mais agressivas e que, sim, lembram mais a
sonoridade dos tempos de Iowa. Ambas foram lançadas como singles. Esta última
com evidência maior aos samples e remixagens de Sid Wilson e Craig Jones. If
Rain is What You Want encerra o álbum com mais uma ótima performance de Taylor,
junto a um grande instrumental. Talvez não seja o álbum mais pesado que eles já
lançaram, mas há momentos que agradam a maioria dos fãs. Não houve exagero nos
temperos. Transita vezes no campo do empolgante e vezes no campo do reflexivo.
Uma palavra que definiria .5: The Gray Chapter? Hipnótico.