sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Review do disco .5: The Gray Chapter de Slipknot





















                                                                                              por Marcelo Mendonça

Entre os vários artistas já estabelecidos mundialmente que ainda não haviam lançado material inédito nesta década estava o Slipknot. O último trabalho da banda que é um dos ícones de sua geração datava de 2008. Dois anos depois, a grande tragédia: a morte do baixista Paul Gray, que causou grande abalo nos demais integrantes, sendo um dos motivos da longa pausa, e, no retorno, contendo a devida homenagem no título do álbum e no tema de várias músicas.

Antes, porém, de iniciarem as gravações, outra surpresa, o anúncio da misteriosa demissão do badalado baterista Joy Jordison. Tudo isso gerou uma miríade de incertezas sobre a sonoridade e a qualidade que seriam apresentadas. Membros da banda anunciaram que este disco lembraria muito o Iowa, o mais pesado e barulhento até então.

A faixa de abertura intitulada XIX, trata-se de uma introdução de grande estilo, calma e sombria, referências claras à Gray, e com o belo vocal de Corey Taylor (que permanece a mostrar que sua voz está em ótima forma pelo resto do disco). A calmaria se junta ao início de Sarcastrophe, de início silencioso, mas após o primeiro minuto volta a fazer parte do estilo que consagrou a o Slipknot. A partir daí, vem uma ótima sequência.

AOV mantem o peso alternando entre vocal grutural e melódico de Taylor. The Devil in I, o segundo single, muito ao estilo de do Stone Sour, pode indicar um novo caminho pelo qual a banda pode estar optando. Seguida das boas Killpop e Skeptic, mais uma vez com claras homenagens ao falecido baixista, assim como a bela (isso mesmo, bela!) e forte Goodbye. The One That Kills the Least soa bem diferente da forma tradicional da banda, sem fugir do bom nível das demais.

Já no final encontram-se Custer e The Negative One, duas das mais agressivas e que, sim, lembram mais a sonoridade dos tempos de Iowa. Ambas foram lançadas como singles. Esta última com evidência maior aos samples e remixagens de Sid Wilson e Craig Jones. If Rain is What You Want encerra o álbum com mais uma ótima performance de Taylor, junto a um grande instrumental. Talvez não seja o álbum mais pesado que eles já lançaram, mas há momentos que agradam a maioria dos fãs. Não houve exagero nos temperos. Transita vezes no campo do empolgante e vezes no campo do reflexivo. Uma palavra que definiria .5: The Gray Chapter? Hipnótico.