por Marcelo Mendonça
Dia 21/09, sábado. Deixo de
comentar os shows interessantes de Skank, Phillip Phillips e, principalmente, John Mayer,
para ir direto àquele que pareceu ser o melhor do Rock in Rio 2013, Bruce
Springsteen. Mostrou todos que acompanharam porque é uma lenda viva
do rock. Na véspera de completar 64 anos, mas com o vigor de um jovem de 20,
acabou por dar ao público o presente com uma performance inesquecível. Enquanto
a maioria dos artistas tentava conquistar a plateia com algumas palavras em
nosso idioma como “obrigado” ou “estou muito feliz de estar aqui”, Bruce
Springsteen, acredite se quiser, abriu tocando “Sociedade Alternativa”, do Raul
Seixas, em português e completa com a banda toda. E começou a sequência de
clássicos como “Badlands”, “Hungry Heart”, tocou na íntegra o seu disco mais
famoso, Born in the U.S.A. Em quase três horas, tocou “Born to Run”, “Thunder
Road” e até “Twist and Shout”, imortalizada pelos Beatles. Esbanjou energia,
simplicidade, carisma e talento do primeiro ao último instante. Foi junto ao
público várias vezes, correu para todos os lados, chamou ao palco vários fãs,
inclusive uma garota de 19 anos que dizia em um cartaz que havia sonhado dançar
com ele “Dancing in the Dark”, cujo sonho virou realidade. Levou outra garota
nos braços na volta. Enfim, não caberia aqui descrever todos os highlights da
apresentação.
Domingo, dia 22, foi o
encerramento, abrangeu várias vertentes do metal. André Matos, que é um dos
maiores nomes do metal nacional, contando ainda com a participação de sua
primeira banda, o Viper. Destruction fez o show mais pesado do festival,
tendo a parceria do Krisiun no final. Um prato cheio para os fãs
de thrash e death metal. Depois vieram os ícones do power metal, o Helloween,
que se ficou devendo em um ou outra música, aquele ímpeto vocal de antigas
gravações, presenteou o público com a presença de seu membro fundador, o
guitarrista Kai
Hansen. O último show do Sunset foi o encontro do Sepultura
com o Zé
Ramalho. Surpreendeu fãs de ambos, tendo a parceria já sendo
apelidada de “Zepultura”.
No palco Mundo, Kiara Rocks, se não empolgou a plateia com suas
músicas próprias, abriu com um cover, Ace of Spaces, do Mötorhead. O melhor
momento da banda no palco foi ao chamar os convidados: Marcão, ex-guitarrista
do Charlie Brown Jr., e Paul Di'Anno, ex-vocalista do Iron Maiden, para tocarem
alguns covers também. Slayer fez um ótimo show à altura de uma das
quatro bandas do Big Four do thrash metal. Consistente, pesado e bem executado.
Avegend
Sevenfold acabou sendo melhor do que eu esperava, tento uma postura
legal, tocando um bom repertório e com o instrumental e voz à altura das
gravações em estúdio.
E o grand finale tão esperado ficou para o Iron Maiden.
Como esperado, tocou clássicos como “The Trooper”, “Fear of the Dark”, “Aces
High.” Além de algumas do primeiro disco, de 1980, “Phantom of the Opera”, “Running
Free” e algumas do disco Seventh Son of a Seventh Son, que está completando 25
anos. Bruce Dickinson esbanjou carisma, brincou com o público e outros membros
da banda. Um show memorável. Mais de oitenta mil pessoas cantando junto a cada
verso e fazendo coro a cada riff clássico.
Num geral, apesar de não ter tido
tanto rock quanto se esperava de um festival com tal nome, foi melhor do que
havia sido pintado. Houve momentos para agradar fãs de várias gêneros do rock,
até o mais chato headbanger. Bom, nem tanto...