segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Rock in Rio dias 13, 14 e 15/09




















      por Marcelo Mendonça



Bom, galera, como prometido, vim dar um relato do que, em minha opinião, foi o Rock in Rio 2013, ou pelo menos, os shows que tive oportunidade de acompanhar. Como dissemos anteriormente no podcast, um ótimo festival de música, mas, infelizmente, um fraco festival de rock. Mas devo admitir que vi mais bons momentos do que eu esperava.

Living Colour veio com uma pegada que animou, principalmente, por contar com músicos extremamente habilidosos. Mas quando veio a parceria com a Angélique Kidjo, o resultado não agradou muito. A homenagem ao Cazuza foi uma boa intenção. Como se fosse algo inusitado as suas músicas sendo interpretadas por Ney Matogrosso e Frejat. Os demais também souberam fazer sua parte, mas nada que chamasse atenção, até para os fãs do poeta. E ainda tivemos que ouvir a Bebel Gilberto dizer: “isso é um p**a de um encontro, se sintam muito privilegiados”. Sorte deles. Na sequência, Ivete Sangalo. Um momento interessante e cômico para alguns, foi a versão da baiana para “Love of my Life” do Queen. Sinal de que ela gosta de coisa melhor do que aquilo que ela costuma cantar. David Guetta foi um incrível show de alguém que aperta um botão: não vale mais do que duas linhas de comentário. Beyoncé fez uma apresentação bem produzida, embora acabe soando tudo como muito artificial. Cantou seus sucessos, mudou incontáveis vezes o figurino. De fato algo que só vai agradar quem já é fã da cantora. Quando ela quis fazer sua “homenagem” ao Brasil dançando funk carioca, saiu como um tiro no pé.


No segundo dia, melhor musicalmente, mas não o suficiente para salvar a primeira semana. Marky Ramone com Michale Graves no vocal tocaram um clássico dos Ramones atrás de outro. Foi de ótimo tamanho para o palco Sunset. Tributo ao Raul com Detonautas e participações de Zélia Duncan e Zeca Baleiro, ao menos foi melhor e mais empolgante do que o dia anterior para o Cazuza. Capital Inicial fez um bom show, como dito antes, na medida das limitações técnicas deles. Num dos momentos que chamaram a atenção, Dinho Ouro-Preto mencionou que o rock nacional estava de luto pela perda de Champignon e resolveu fazer uma homenagem também tocando uma música do Charlie Brown Jr. Só não percebeu que a música, “Só os Loucos Sabem”, é da fase em que Champignon não estava na banda. Offspring fez o melhor show da noite, ainda que no palco Sunset. Mostraram que ainda estão em forma e fizeram o público para pular e balançar a cabeça do começo ao fim. Ainda teve a participação de Marky Ramone na bateria no final. 

Thirty Seconds to Mars fez uma apresentação entre média e boa. Jared Leto ainda surpreendeu descendo na tirolesa que passa em frente ao palco. Florence and the Machine, apesar de não ser rock, não decaiu em relação aos anteriores. Músicos muito bons, (inclusive um harpista!). Não é o que há de melhor na música, mas a vocalista, Florence Welch, é naturalmente carismática e dona de uma grande voz. Estava se divertindo no palco num ponto que em alguns momentos até se esquecia de se concentrar na afinação. O Muse fechou a noite e não agradou muito mais do que os próprios fãs. A simplicidade e carisma que sobraram na Florence faltaram para Matthew Bellamy. O uso de inúmeros playbacks também desanima um pouco. Tocaram as músicas já esperadas, bem executadas, há de se admitir. No geral, nada de desastroso.

Domingo, terceiro dia, apresentou para mim a portuguesa Aurea, com uma voz que merece destaque. Nando Reis mostrou um repertório com seus grandes sucessos e teve a participação do parceiro Samuel Rosa em algumas músicas. O último show do Sunset no dia foi de George Benson com a participação do Ivan Lins, e o americano, literalmente, suou a camisa debulhando a sua guitarra. Jessie J chamou mais atenção por quase ter beijado um rapaz do público. Alicia Keys, em nível de comparação, por se assemelharem os estilos, fez um show musicalmente bem melhor ao da Beyoncé: direto no ponto, sem tantas firulas e com canções menos artificiais. Justin Timberlake foi a mescla entre uma banda muito habilidosa com samples e playbacks. Assim como a atração anterior, boa parte das músicas dele, ainda sendo pop, não são necessariamente descartáveis. Justin é um artista talentoso, mas no geral, não é ousado o suficiente para fazer musicas de fato boas.

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