por Marcelo Mendonça
A segunda semana de Rock in Rio começou
imensuravelmente melhor do que a primeira. No Sunset, show do República
com participação do Dr. Sin e Roy Z, e na sequência Almah e Hibria. O próximo a subir no palco
foi Sebastian
Bach, ex- Skid Row. Se esforçou bem, tentou interagir bastante com o
público, mas musicalmente não é nem a sombra do que já foi em seus tempos
áureos, com uma voz terrível em momentos que pedem maior esforço. Os
sentimentos que ficaram foram pena e vergonha alheia.
Sepultura e Tambours du Bronx repetiram a boa apresentação de
2011, com a diferença que desta vez estavam no palco Mundo e o som estava bem
mais digno. Outro destaque negativo foi o Ghost ou Ghost D.C. Se instrumentalmente não são
dos piores, também não conseguem mostrar nada de grandioso. Com letras e
figurino, digamos, de mau gosto e um vocalista que nem em estúdio e menos ainda
ao vivo faz por onde para ter uma banda tocando em um festival desse nível. Em
compensação, a banda a seguir, Alice in Chains, fez uma apresentação memorável e
um dos melhores momentos do Rock in Rio. Jerry Cantrell mostrando porque é um
dos melhores da sua geração. Sem precisar daquela velocidade desesperada de
outros guitarristas, mas com cada acorde, riff ou solo soando como se não
estivesse faltando nem sobrando nada. Além de a banda e William DuVall se
mostrarem cada vez mais entrosados. Este tentou muitas vezes dialogar em
português. Não houve momentos ruins e tediosos. Encerraram com Rooster.
A
grande atração da noite e uma das grandes do festival, o Metallica, tocou tudo que os fãs
queriam ouvir. Por mais de duas horas, o público cantou junto clássicos como
Nothing Else Matters, Master of Puppets, One e Enter Sandman, e também do
último disco, The Day That Never Comes, alémde músicas do primeiro. James
Hetfield interagiu bastante, brincou com a plateia. A voz não aparentava a
mesma nas primeiras músicas, mas se acertaram e o show melhorou. Permanecem
mostrando para bandas atuais como faz rock de qualidade.
A sexta-feira foi o dia do rock light. O destaque do
Sunset ficou por conta de Ben Harper com Charlie Musselwhite que fizeram os
amantes de blues, soft rock, gaita e slide guitar ovacionarem esse encontro. Do
Nickelback
já esperávamos bastante baladas românticas, mas conseguiram se segurar bem. O Chad
Kroeger tentou interagir, embora parecesse não estar muito bem situado. O headline
do dia, assim como o Nickelback, foi outra banda que ficou mundialmente
conhecida, principalmente, pelas baldas: Bon Jovi. Veio com a banda desfalcada, o baterista
Tico Torres, internado e o guitarrista, Richie Sambora, que, segundo
informações, foi demitido. Se você desconsiderar isso, também o fato de o Jon
Bon Jovi não cantar mais no mesmo tom que outrora e boa parte do repertório ser
escolhido para facilitar esse quesito, ainda é um bom show e Jon um grande
frontman. Não o melhor, nem o mais empolgante, mas bom show, com momentos muito
bons. Entre as curiosidades do Rock in Rio que ganharam mais destaque que a
própria música, uma fã com um cartaz que dizia haver assistido à todos os show
do Bon Jovi no Brasil e subiu ao palco em 1995, pedia que a chamasse novamente
e que queria um beijo. E teve seu sonho realizado, fazendo milhares de outras
fãs histéricas se roerem de inveja.
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