segunda-feira, 16 de março de 2015

Review do disco Rebel Heart de Madonna

                                                                             por Marcelo Mendonça

 
Quem é rei nunca perde a majestade. O mesmo se pode dizer sobre a rainha? Madonna, o nome máximo do pop moderno, ressurge do lamaçal de hits baratos e mostra ao mundo musical que a coroa ainda lhe cai bem. Após dois álbuns essencialmente ruins, quando a superstar tornou-se uma cópia daquelas que um dia surgiram como cópias de Madonna, é lançado Rebel Heart, que a recoloca nos bons trilhos dos quais tantos bons frutos já surgiram.
 
A primeira faixa (também primeiro single), lançada ainda em 2014, Living For Love é uma canção pop que trata de relacionamento acabado, levantar-se e seguir a vida. Demonstra a boa tendência do restante do disco, letras maduras, na maioria dos casos, alternâncias de climas, indo do calmo ao explosivo, com momentos eletrônicos, house e dubstep, nos momentos certeiros, e performance vocal muito superior aos trabalhos anteriores. O piano é tocado na música por Alicia Keys.
Em Devil Pray, com a produção de Avicii (que, além desta, assina várias faixas do disco), Madonna quer fazer o diabo rezar. Letra com toques de ironia, mas que trata de temas como dependência química, seus abusos e o contraste religioso. Um dos destaques do disco. Esta é seguida por Ghosttown, a melhor do álbum, e possivelmente a melhor música que ela tenha lançado desde Frozen, de 1998. Sua voz na canção tem sido amplamente comparada à de Karen Carpenter e a melodia à de canções como Live to Tell e Crazy for You.
Unapologetic Bitch mistura ska com um pós-refrão eletrônico. Illuminati ironiza os boatos que a cantora pertença a tal sociedade secreta. O refrão diz: “It's like everybody in this party, shining like Illuminati”. Há menções a outras personalidades tidas como membros dos Illuminati, como Obama, o Papa, Rihanna e Bill Gates. Na sequência, Bitch I’m Madonna pode causar impressão ruim pelo título aparentemente pretensioso e desnecessário para alguém de seu porte, mas a música em si se sobressai do tema mais fútil, com um ritmo animado e uma boa produção. Participação de Nicki Minaj.
Hold me Tight soa como uma pop dançante com a participação do Coldplay nos arranjos. A seguir, Joan of Arc aborda as consequências negativas do estrelato. Algumas próximas valem uma audição, como HeartBreakCity e Inside Out. As demais não comprometem o bom trabalho. Wash All Over Me, a mais suave, encerra com impecável qualidade. Há ainda em algumas versões lançadas outras onze faixas que foram lançadas como bônus, algumas bem interessantes como Veni, Vidi, Vici e Rebel Heart.
Com o lançamento de Rebel Heart, fica a esperança que Madonna tenha provado a si mesma que não é preciso produzir música genérica para figurar nas paradas de sucesso e que ela só alcança seu melhor desempenho sendo Madonna. Que isso reflita nos próximos trabalhos.

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