terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Discos de Power Metal e Symphonic Metal de 2014

Dois gêneros se misturam em alguns casos e conquistam grande número de seguidores ao redor do mundo, principalmente no norte da Europa. São eles symphonic metal e power metal, muitas vezes se fundindo no symphonic power metal. 2014 foi mais um ano com alguns lançamentos relevantes.

                                                                                         por Marcelo Mendonça

Xandria apresentou aos fãs o primeiro disco com a vocalista Dianne van Giersbergen, chamado Sacrificium. A faixa-título é uma abertura de dez minutos com vários momentos, sendo uma ótima demonstração vocal da nova cantora. Nightfall vem em seguida, foi o primeiro single, sendo a mais empolgante do álbum. Dreamkeeper se assemelha em muitos pontos com o Nighwish da era com Tarja Turunen. The Undiscovered Land começa como uma balada quase à capella, com bons arranjos de flautas, até ganhar peso no instrumental sem perder a leveza vocal. E é a bela voz de Dianne que dita o ritmo das demais faixas, e, somente por isso, já vale a pena ser ouvido do início ao fim.



















A banda italiana Lacuna Coil sempre apresenta bons trabalhos e desta vez não foi diferente. Após o aclamado Dark Adrenaline, lançam mais um ótimo disco, Broken Crown Halo. A banda da bela e imponente Cristina Scabbia mantém a empolgação de trabalhos anteriores além da consistência do álbum do início ao fim, tendo destaque para os três singles Die & Rise, Nothing Stands in Our Way e I Forgive (But I Won’t Forget Your Name), embora as demais faixas não devam em nada ao singles. Certamente, tentem a manter a boa qualidade em discos vindouros, o que deve elevar ainda mais o status da banda, ao merecido nível de grande banda mesmo fora do circuito symphonic power metal europeu.


 


Sempre na categoria de musas do symphonic metal, Simone Simons é a cara e a voz da banda holandesa Epica. O álbum The Quantum Enigma, lançado em maio de 2014, é recheado de bons momentos, como a ótima The Essence of Silence que alterna os vocais de Simone com os guturais de Mark Jassen e os corais. O disco é um dos mais pesados da carreira do Epica, mas sem perder a musicalidade, estando impecável no quesito instrumental. Alguns outros destaques que se pode mencionar são as faixas Unchain Utopia, Canvas of Life, Natural Corruption e Sense Without Sanity (The Impervious Code). A bela capa do disco é um encanto a parte. Sem dúvidas, aliás, entre as principais qualidades das bandas de symphonic metal européias lindas capas, vocalistas belas e talentosas e, cada vez mais, ótimos discos. Todos estes casos condizem com o Epica atual.


















Um grande lançamento no gênero neste ano de 2014 foi The Human Contradiction da banda Delain. É um grande encontro do symphonic gotic metal com uma acepção de certo modo pop, embora feito com toda qualidade possível. Refrões que grudam na memória, melodias contagiantes e ótimas participações são os destaques. Marco Hietala, baixista e vocalista do Nightwish e Tarot, participa novamente em Your Body is a Battleground e Sing to Me (Ele já havia participado dos outros três álbuns da banda). The Tragedy of the Commons conta com a presença estrondosa de Alissa White-Gluz (The Agoinst) e é um ponto extremamente positivo no álbum. Ainda na faixa Tell Me, Mechanist conta com George Oosthoek. A faixa de abertura é, talvez, o ponto alto do disco: Here Come the Vultures, com vários climas e situações melódicas diferentes. Lullaby, Army of Dolls, Sing to Me, embora o disco todo seja, são canções que após uma ou duas audições, já se pode cantarolar os refrões e melodias, sem grandes dificuldades. Faixa nenhuma nesse disco merece ser pulada.




















Enquanto o Nighwish se prepara vindo de um 2012 com o lançamento de Imaginaerum, um 2013 com a saída de Anette Olzon, a entrada de Floor Jansen e o lançamento do ao vivo Showtime, Storytime, 2014 foi um ano de desenvolvimento e gravação do próximo disco da banda finlandesa. Marcos Hietala participou do disco Delain, Jukka Nevalainen saiu provisoriamente da banda, e o líder e tecladista, Tuomas Holopainen, lançou um álbum, no mínimo inusitado: Music Inspired by the Life and Times of Scrooge, baseada na série de quadrinhos da Disney A Saga do Tio Patinhas. Trata-se de uma trilha sonora imaginária para a história do famoso pato averento. Entretanto, é muito bem produzido e conta com a Orquestra Filarmônica de Londres, o coral Metro Voices, Johanna Kurkela, Tony Kakko, Troy Donockley, entre outros. É desafio agradável para quem se aventurar a imaginar essa história em movimento, pois é recheada de diversos climas distintos. Além da devida homenagem a um personagem clássico dos quadrinhos. A Lifetime of Adventure foi lançada como single, sendo também o destaque entre as outras faixas.



















Um dos melhores lançamentos do ano foi o disco Hydra de Within Temptation. Há um artigo no Virtuoses fazendo uma resenha sobre as músicas, para acessá-lo basta clicar aqui. Há grandes pontos de destaque, sendo a consistência do álbum como um todo a maior delas. Possivelmente o trabalho menos pesado da banda, além de se notar a falta de orquestra e corais, típicos do gênero. Várias musicas merecem ser citadas como Dog Days, Paradise, icônico encontro onde a vocalista Sharon den Adel divide o microfone com Tarja Turunen, Edge of the World, Tell Me Why e, o indiscutível ápice guardado para o gran finale, The Whole World is Watching. A sensação após a primeira audição é uma vontade de repetir outras tantas vezes.


Dois “supergrupos” merecem ser citados por seus trabalhos em 2014, Angels of the Apocalypse de Timo Tolkki’s Avalon, projeto do virtuoso guitarrista que dá nome ao grupo, junto com dois de seus ex-companheiros de Stratovarius, Tuomo Lassila e Antti Ikonen, respectivamente bateria e teclados. O vocal conta com várias participações de peso como Simone Simons, Floor Jansen e Fabio Lione. O outro disco é Light of Dawn segundo CD do supergrupo Unisonic, formado pelos ex-Helloween Kai Hansen e Michael Kiske, além de contar com o vocalista Gamma Ray. No mínimo, merecem ser conferidos por fãs de symphonic metal e power metal, além, claro de fãs de Stratovarius e Helloween.




















Massive Addictive da banda Amaranthe não ficou atrás de outros lançamentos do ano e não merece passar em branco. Dynamite, a abertura, é uma das mais empolgantes. Drop Dead Cynical segue a mesma linha, sem ser repetitiva, e foi lançada como single, assim como Trinity. Massive Addictive, faixa-título, talvez a melhor do álbum, interessante a constante troca de vocais. O bom trabalho segue com faixas como Unreal e outras mais lentas como True e Over and Done.



















O Angra passou por várias reformulações durante os anos de sua carreira, e recentemente houve a saída do vocalista Edu Falaschi e a entrada do italiano Fabio Lione, além da nova saída do baterista Ricardo Confessori. Em 2014, já com a formação atual, lançaram Secret Garden, um álbum consistente, bem produzido e sonoramente diferente de tudo que a banda já fez, além de ser o melhor disco do Angra em dez anos. Às vezes não tão rápido como de costume, mas ainda pesado. A faixa-título, Secret Garden conta com a participação de Simone Simons e Crushing Room conta com a diva alemã Doro Pesch.



















A ex-vocalista do Nightwish e do Alyson Avenue, Anette Olzon lançou seu primeiro disco solo em 2014, Shine, que permeia entre o pop e o soft-rock. Não chega a ser uma obra-prima, mas pode despertar a curiosidade daqueles que apreciam a suavidade da voz da cantora sueca. Há boas canções como Lies, Falling, Invencible e a música que abre o álbum, Like a Show Inside My Head. Caso não alcance tanto o interesse, deve aguçar, ao menos, a curiosidade dos fãs de suas passagens pelas bandas que integrou. E aos que ouvirem com muito receio, poderão se surpreender positivamente em alguns momentos.



















A banda finlandesa Sonata Arctica em 2014 relançou seu álbum de estréia totalmente gravado novamente com o nome de Ecliptica - Revisited; 15th Anniversary Edition. Entretanto, não foi o único presente aos fãs do grupo. Em março do mesmo ano, saiu Pariah’s Child, o oitavo álbum de estúdio. The Wolves Die Young abre com uma das melhores músicas. Há outras igualmente boas como LoveBlood e Cloud Factory. Embora os álbuns do Sonata Arctica cada vez se distanciem em estilo de suas origens no Power metal, como Ecliptica, mantêm uma boa qualidade no geral, já mais próximo do prog metal As linhas e bases de teclado são o ponto alto deste novo lançamento.

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