domingo, 4 de janeiro de 2015

Disco de Metal de 2014
















                                                                                                                        por Marcelo Mendonça

Algumas variantes do metal tiveram seus lançamentos relevantes em 2014. Entre os veteranos que voltaram a presentear os fãs está o consagrado Judas Priest, com o disco Redeemer of Souls.

Deixando-se de lado a nostalgia, trata-se de uma verdadeira joia nos dias atuais para os amantes do heavy metal clássico, instrumentalmente impecável. Recheadas de riffs e solos contagiantes, March of Damned, foi lançada como single e tem a força da sonoridade oitentista e lembra boas músicas de discos da época de bandas como Iron Maiden, Ozzy Osbourne e o próprio Priest. Metalizer soa ao mesmo tempo renovada, atual como clássica, mais uma vez a guitarra elevando o nível da música. Redeemer of Souls, a faixa-título é também uma música a ser ouvida, e também foi single. Halls of Valhalla e Down in Flames são duas das melhores faixas. Rob Halford mantém um vocal cauteloso na maior parte do tempo, mas guarda os agudos para os momentos certos. No demais, a banda demonstra ótimo entrosamento e um show a parte no quesito baixo, guitarra e bateria.



















O metal brasileiro ganhou mais um nome de peso no ano de 2014. Da música Not Turn at All surgiu o nome da banda, Noturnall, formada por ex-integrantes do Shaman juntamente com o ex-baterista do Angra, Aquiles Priester. Noturnall, o disco, está entre os mais pesados da cena nacional do ano, mas cantado em inglês, como as ex-bandas dos integrantes. A produção ficou a cargo do vocalista do Symphony X, Russel Allen, que, inclusive, participa da segunda faixa. Criticados por alguns, elogiados por outros, Noturnall ainda divide opiniões, embora seja inquestionável a qualidade de seus integrantes. É uma boa indicação aos que procuram algo mais pesado, entre o heavy e o prog metal, geralmente com uma bateria bem acelerada e um vocal mais rasgado.



















Slipknot lançou .5: The Gray Chapter, o primeiro em seis anos. Embora ainda pesado em algumas faixas, nota-se claramente certa influência do Stone Sour, banda paralela do vocalista Corey Taylor. Isso não chega a ser um demérito do álbum, assim como as ausências, pela primeira vez, do baterista Joy Jordison e do baixista Paul Gray, falecido em 2010, sendo o disco uma homenagem a ele. Se não agrada todos os fãs, principalmente os que esperavam um no Iowa, é uma boa pedida aos fãs de rock em geral. Pode-se ler mais sobre o disco no artigo feito em seu lançamento clicando aqui.



















Blind Rage é o título do novo álbum da influente banda alemã, Accept. Lançado em 2014. Dying Breed é um exemplo das ótimas músicas do disco. Fall of the Empire, com um início um pouco mais lento e uma ótima guitarra, é um ponto a se destacar. Três músicas arrebatadoras são a primeira Stampede, com mais uma vez uma guitarra frenética, e as duas últimas, quando o disco começa a ficar em uma (boa) mesmice, The Course e Final Journey. Vale destacar também o ótimo vocal de Mark Tornillo, que faz parte da banda apenas desde 2009, sendo este seu terceiro disco.



















Zakk Wylde é um dos grandes guitarristas ainda vivos. Ele se tornou mundialmente conhecido por integrar a banda de apoio do lendário Ozzy Osbourne por duas décadas, mas também se consolidou em seu projeto paralelo, agora principal, o Black Label Society. A banda tem mantido uma ótima qualidade desde seu início e não foi diferente com o lançamento de Catacombs of Black Vatican. Sem grandes novidades, o que se torna satisfatório aos fãs da banda, o disco apresenta os mesmos elementos de lançamentos anteriores, energia, riffs empolgantes, solos inspirados e velozes, harmônicas artificiais, vocalizações e vocais dobrados. Fields of Unforgiveness abre com todos estes elementos. Angel of Mercy é a típica balada que sempre aparece nos discos para engrandecer a banda, assim como Scars. Ainda valem o destaque Believe e My Dying Time.





Desde o início dos anos 1970, com o surgimento do ABBA, o cenário musical sueco ganhou visibilidade mundial. Duas bandas do mesmo país, muito admiradas no cenário do metal lançaram seus novos trabalhos em 2014. Ambas surgidas em 1990 e que vêm seguindo uma trilha que sonoramente cada vez menos se assemelha com seus estilos originais, o que desagradou parte de seus respectivos fãs. Opeth, para muitos umas das melhores bandas de death metal de sua geração, lançou Pale Communion, um disco de inquestionável qualidade, porém com um estilo já quase que totalmente progressive rock, lembrando em muito bandas setentistas, como Deep Purple, Eloy e Genesis. A ausência de vocais guturais chama a atenção. Músicas como Cusp of Eternity e River valem muito a pena serem ouvidas, também se podendo destacar a mais longa Moon Above, Sun Bellow. A outra banda é o In Flames, que lançou Siren Charms, tido por muitos como o pior disco da carreira do In Flames. Entretanto, sendo ouvido afora comparações com trabalhos anteriores, ainda não chega a ser um grande álbum, mas é possível que agrade ao menos a quem goste de metal industrial e metal alternativo, em alguns momentos lembrando seus conterrâneos, Andromeda. Sem dúvidas, há altos e baixos durante o disco, podendo-se destacar positivamente a faixa-título, Siren Charms, Rusted Nail e With Eyes Wide Open. A sensação é de terem mesmo ficando devendo no geral.



Com grande peso e muitos bpms na bateria, dois bons lançamentos em 2014. Arch Enemy lançou War Eternal, o primeiro disco sem a vocalista Angela Gossow e com Alissa White-Gluz em seu lugar, mostrando também uma migração do death metal para um metalcore. O outro lançamento é do Machine Head com um trash e groove metal com o disco Bloodstone & Diamonds, aclamado por fãs e crítica em geral.

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